Coragem para evoluir

07/09/2008

Como todos decerto sabem, na vida tudo surge, desenvolve-se, cresce até a um certo nível de maturidade e seguramente entrará na sua fase de declínio.
Tal facto não é uma mera teoria e pode ser aplicado a um ser vivo, a um produto, a uma simples ideia ou até a uma empresa.
Numa empresa, normalmente associado ao declínio, está a entrada na “guerra do preço”. Essa guerra acontece quando os mercados são apetecíveis (pela facilidade de entrar neles) e os processos fáceis de copiar.
Verifica-se de imediato, que dois factores contribuem decisivamente para esse declínio:
-A diminuição das margens de lucro inerentes a essa guerra.
-A diminuição do volume de negócios, porque preços mais baixos normalmente não são sinónimos de aumento de vendas (até porque para a concorrência, copiar preços é o mais fácil).

Quem tem coragem para enfrentar os perigos, vence-os antes que eles o ameacem
( Públio Siro )

Mas as empresas, ao contrário de um ser vivo, não têm necessariamente que morrer. Depende da vontade dos seus gestores, terem ou não coragem, para controlarem o seu ciclo de vida ou deixar que a sua concorrência (cada vez mais evoluída) o faça.

Coragem é a resistência ao medo, domínio do medo, e não a ausência do medo.
( Mark Twain )

Três hipóteses têm as empresas quando entram nesse processo de declínio (ou percebem correr esse risco):
1ª – Esperam e convencem-se que essa fase é passageira e naturalmente irá terminar (chamaria a esta hipótese “enfiar a cabeça na areia” como a avestruz).
2ª – Adicionam ao seu serviço habitual algo que o seu cliente entenda como valor acrescentado, tal como uma melhoria de serviço, um serviço personalizado, etc. Neste processo consegue-se prolongar o ciclo de vida e pode ser uma das formas de se atingir o sucesso. Obriga no entanto e uma permanente inovação com as correspondentes perdas de tempo e aumento de custos (que podem ou não ser retribuídos com aumento do volume de vendas).
3ª – Entram num processo de “reencarnação”, apostando em tecnologias emergentes e que irá premiar os que primeiro aderirem. Coragem é necessária, para abdicar de perder tempo a negociar preços e satisfazer-se com margens diminutas ou caminhar para o mercado das novas tecnologias onde o sucesso é feito pela qualidade da oferta e pela diferenciação. Clientes existem à espera de uma oferta credível em novos mercados onde seguramente a cópia de preços não representa uma ameaça.
A diferença entre um gestor de sucesso, mais do que ter talento ou trabalhar ininterruptamente, é basicamente ajustar “as velas da sua embarcação” quando o vento não está de feição.

O pessimista queixa-se do vento, o optimista espera que ele mude e o realista ajusta as velas.
(Willian George Ward)

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